Escuta.
Escuta o vendo uivando lá fora.
Invade assoviando pelas janelas.
Faz ranger toda a casa.
Presságio de chuva brava.
Diz-se da chuva como símbolo da mudança.
Lava a alma.
Apaga o fogo pra se recomeçar.
Há um vento uivando dentro de mim também.
É um sopro gelado no peito, que acelera o coração e congela o corpo e a mente.
Presságio de chuva brava.
A chuva vem, sempre.
A mudança, tarda.
A verdade é que não há alma que suporte tanta tempestade.
Quase não há mais água pra cair dos olhos.
E a mudança, tarda.
O vento gelado no peito já nem é mais visita, é de casa.
O rosto quase se seca sozinho depois da chuva.
O corpo estremece, luta.
Falha.
A chuva vem, não é de hoje.
A mudança, tarda.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Ano novo
Trinta minutos para começar tudo de novo.
O coração, até então quieto, começa a saga.
Tudo acelerado. Coração, corpo e mente.
Dez minutos.
Pés na areia.
Olhos para o horizonte.
Coração saindo por todos os orifícios do corpo.
Enquanto o mundo faz desejos,
Só consigo pensar que estou começando tudo de novo.
Sem você.
A chuva vem novamente.
Marcadores:
Nós Internos
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Acelerado
Dizem que é o cérebro que manda em nosso corpo.
Eu insisto em sentir que é o coração quem está por trás de tudo, pelo menos quando ele se manifesta.
Enquanto o coração se mantém calmo e calado, o cérebro dita a palavra final.
Mas quando o coração acelera, tudo muda.
Corpo e mente pedem mais urgência.
O pulmão pede tanto ar que parece não ser suficiente todo o ar do universo.
A energia se esvai mais rápido porque cada movimento sai meio descontrolado, com mais energia do que deveria.
O sono não vem, apesar do cansaço.
O corpo todo pulsa nesse ritmo acelerado e insano.
Cada pequena parte dele vibra com essa pulsação de um coração fora do controle.
A mente viaja em pensamentos e, ao mesmo tempo em que quer descansar, manda sinais ao corpo para resolver tudo naquele instante. Como se não houvessem outros instantes.
Só existe o aqui e o agora.
Do contrário, não há futuro.
É desesperador, por fim, a dor que se pode sentir pelo simples bater descompassado de um coração perdido.
Eu insisto em sentir que é o coração quem está por trás de tudo, pelo menos quando ele se manifesta.
Enquanto o coração se mantém calmo e calado, o cérebro dita a palavra final.
Mas quando o coração acelera, tudo muda.
Corpo e mente pedem mais urgência.
O pulmão pede tanto ar que parece não ser suficiente todo o ar do universo.
A energia se esvai mais rápido porque cada movimento sai meio descontrolado, com mais energia do que deveria.
O sono não vem, apesar do cansaço.
O corpo todo pulsa nesse ritmo acelerado e insano.
Cada pequena parte dele vibra com essa pulsação de um coração fora do controle.
A mente viaja em pensamentos e, ao mesmo tempo em que quer descansar, manda sinais ao corpo para resolver tudo naquele instante. Como se não houvessem outros instantes.
Só existe o aqui e o agora.
Do contrário, não há futuro.
É desesperador, por fim, a dor que se pode sentir pelo simples bater descompassado de um coração perdido.
Marcadores:
Nós Internos
sábado, 4 de janeiro de 2014
A saga do mar
Nascer é como ser cuspido em alto mar.
Primeiro, você nada por instinto.
Cada dura braçada é um novo aprendizado.
Andar, falar, pensar.
Então, é só prazer.
Curtir as variações de temperatura das águas geralmente calmas da infância.
Depois, vêm as primeiras ondas.
É quando você mais aprende a nadar, se afogando, por vezes.
O horizonte vai mudando e, até certo ponto, não se tem noção de qual direção tomar.
Aos poucos, as primeiras terras firmes começam a surgir.
Os primeiros objetivos.
E você nada em direção a eles.
Ao longo desse caminho a nado, encontra-se quem o acompanhe.
São quase como salva-vidas.
Estão ali, lado a lado, mesmo quando estão distantes.
Estão ali para dar a mão quando você perder o fôlego.
E, por vezes, encontra-se quem vá nadar ao seu lado.
Com um objetivo comum.
Braçada a braçada com um mesmo destino.
Por outras vezes, perde-se a companhia.
Volta-se a nadar sozinho.
Afoga-se, sozinho.
Ainda bem que os salva-vidas estão sempre a espreitar.
Primeiro, você nada por instinto.
Cada dura braçada é um novo aprendizado.
Andar, falar, pensar.
Então, é só prazer.
Curtir as variações de temperatura das águas geralmente calmas da infância.
Depois, vêm as primeiras ondas.
É quando você mais aprende a nadar, se afogando, por vezes.
O horizonte vai mudando e, até certo ponto, não se tem noção de qual direção tomar.
Aos poucos, as primeiras terras firmes começam a surgir.
Os primeiros objetivos.
E você nada em direção a eles.
Ao longo desse caminho a nado, encontra-se quem o acompanhe.
São quase como salva-vidas.
Estão ali, lado a lado, mesmo quando estão distantes.
Estão ali para dar a mão quando você perder o fôlego.
E, por vezes, encontra-se quem vá nadar ao seu lado.
Com um objetivo comum.
Braçada a braçada com um mesmo destino.
Por outras vezes, perde-se a companhia.
Volta-se a nadar sozinho.
Afoga-se, sozinho.
Ainda bem que os salva-vidas estão sempre a espreitar.
Marcadores:
Nós Internos
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Big Bang
Bens materiais cabem.
Numa gaveta.
Num armário.
Numa sala.
Em um, dois, três...caminhões.
O sentimento não.
Não cabe numa gaveta.
Não cabe sequer no coração.
Principalmente quando explode.
Não cabe em um, dois, três...universos.
Explode e machuca.
Explode e quebra o corpo em mil pedaços.
Explode em mil outros sentimentos.
Explode em confusão e dor.
Explode em chuva.
Explode, enfim.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Perder-se
Volto, finalmente, a delirar.
O amor passou de empecilho a razão de ser.
E já não é mais o que me intriga.
Apenas me conforta e impulsiona.
O que ronda meus pensamentos e sonhos
É um estar indecifrável.
Uma condição de querer, mas não poder.
De estar e não estar.
É um acordar sem despertar
E seguir, sem rumo e direção
Sem saber para onde e nem quando chegar
Viver parte do dia em branco.
São lágrimas que molham o colchão.
É um sufoco quase como afogar-se.
Perder-se sem uma bússola que te guie.
Enquanto tudo devaneia minha mente
O que me conforta é o calor ao lado.
O amor, sempre ao lado.
O amor passou de empecilho a razão de ser.
E já não é mais o que me intriga.
Apenas me conforta e impulsiona.
O que ronda meus pensamentos e sonhos
É um estar indecifrável.
Uma condição de querer, mas não poder.
De estar e não estar.
É um acordar sem despertar
E seguir, sem rumo e direção
Sem saber para onde e nem quando chegar
Viver parte do dia em branco.
São lágrimas que molham o colchão.
É um sufoco quase como afogar-se.
Perder-se sem uma bússola que te guie.
Enquanto tudo devaneia minha mente
O que me conforta é o calor ao lado.
O amor, sempre ao lado.
Marcadores:
Nós Internos
sábado, 15 de outubro de 2011
Saudade
Enquanto estais à beira mar, enfrento o caos da metrópole.
Enquanto sentes o vento arenoso e úmido, me falta água no ar.
Enquanto colocas as mãos na massa, dedilho louca pelo teclado em busca de novas palavras;
Enquanto atendes pedidos olho no olho, quem me escuta é apenas uma voz ao fone.
Mas é à noite que nosso dia se encontra.
Enquanto descansas, nada plena, sozinha em tua cama.
Procuro os resquícios do traçado do teu corpo na minha.
Enquanto passas o frio dos solitários.
Tento, em vão, me aquecer colada ao travesseiro, que ainda exala teu perfume.
Marcadores:
Nós Internos
Assinar:
Postagens (Atom)