Nascer é como ser cuspido em alto mar.
Primeiro, você nada por instinto.
Cada dura braçada é um novo aprendizado.
Andar, falar, pensar.
Então, é só prazer.
Curtir as variações de temperatura das águas geralmente calmas da infância.
Depois, vêm as primeiras ondas.
É quando você mais aprende a nadar, se afogando, por vezes.
O horizonte vai mudando e, até certo ponto, não se tem noção de qual direção tomar.
Aos poucos, as primeiras terras firmes começam a surgir.
Os primeiros objetivos.
E você nada em direção a eles.
Ao longo desse caminho a nado, encontra-se quem o acompanhe.
São quase como salva-vidas.
Estão ali, lado a lado, mesmo quando estão distantes.
Estão ali para dar a mão quando você perder o fôlego.
E, por vezes, encontra-se quem vá nadar ao seu lado.
Com um objetivo comum.
Braçada a braçada com um mesmo destino.
Por outras vezes, perde-se a companhia.
Volta-se a nadar sozinho.
Afoga-se, sozinho.
Ainda bem que os salva-vidas estão sempre a espreitar.
sábado, 4 de janeiro de 2014
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