sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Presságio

Escuta.
Escuta o vendo uivando lá fora.
Invade assoviando pelas janelas.
Faz ranger toda a casa.
Presságio de chuva brava.

Diz-se da chuva como símbolo da mudança.
Lava a alma.
Apaga o fogo pra se recomeçar.

Há um vento uivando dentro de mim também.
É um sopro gelado no peito, que acelera o coração e congela o corpo e a mente.
Presságio de chuva brava.

A chuva vem, sempre.
A mudança, tarda.

A verdade é que não há alma que suporte tanta tempestade.
Quase não há mais água pra cair dos olhos.
E a mudança, tarda.

O vento gelado no peito já nem é mais visita, é de casa.
O rosto quase se seca sozinho depois da chuva.
O corpo estremece, luta.
Falha.

A chuva vem, não é de hoje.
A mudança, tarda.

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