sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Desabafo, apenas

Tenho chorado todas as noites.
Mesmo quando as lágrimas não caem.

Meus olhos não se fecham enquanto o tormento não passa.
Meia noite.
Uma, duas.
Cinco horas da manhã.
E lá estou acordada.

Mais uma vez, ao fundo
O incansável relógio a tiquetaquear.

Seis, sete horas da manhã.
O que me consome não cessa.
Apenas adormece.
Adormece para que meu corpo possa fazer o mesmo.
Para que, na noite seguinte, a tortura volte a tomar o seu lugar.

Nem mesmo os sonhos têm se atrevido a me encontrar.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A caixa

O cheiro do mofo preenche
Não é o silêncio que incomoda
É a falta de vida

No escuro
Não é a falta de luz que dói
É a falta de cores

A falta de energia
A falta do calor
A falta da música e da poesia

E somente o tic-tac ao fundo, persiste
Porque este não pára...

domingo, 14 de novembro de 2010

Jardim

Fez deste jardim seu local predileto.
Caminha por entre o verde.
Sente o doce perfume das flores.
Prova o suco dos frutos.
Perde sangue nos espinhos.

Ainda assim, continua.
Caminhando.
Sentindo.
Provando.
E perdendo.